terça-feira, 29 de junho de 2010

A Violência na Família

Embora possamos observar hoje profundas transformações na estrutura e dinâmica da família, há ainda a prevalência, em nossa sociedade, de um modelo de família que se caracteriza pela autoridade paterna e, portanto, pela submissão dos filhos e da mulher a essa autoridade, e pela repressão da sexualidade, principalmente feminina.

Essa autoridade e repressão aparecem como protetoras dos membros da família. Poderíamos perguntar se essa imagem falseada que se tenta passar realmente cumpre a função de proteção, ou se encobre práticas de violência sobre o uso do corpo da mulher, bem como acaba justificando os castigos físicos na educação dos filhos, perpetrados tanto pelo homem como pela mulher – o pai ou a mãe.

No interior da família, lugar mitificado em sua função de cuidado e proteção, existem muitas outras formas de violência além da física e sexual: ou seja, há o abandono, a negligência, a violência psicológica, isto é, condições que comprometem o desenvolvimento saudável da criança e do jovem.

A primeira violência seria a negação do afeto para a criança, que depende disso para sua sobrevivência psíquica, assim como depende de cuidados e de alimentação para sua sobrevivência física.

A violência crescente no interior da família-tanto em relação à mulher como em relação às crianças e adolescentes – é um dado que chama, cada vez mais, a atenção de pesquisadores e autoridades na área. É grande o número de crianças seviciadas pelos pais, espancadas e mesmo assassinadas.

Esse fenômeno perpassa todas as classes sociais, não está apenas circunscrito à pobreza. Muitos de nós mesmos podemos já ter sido vítimas de situações semelhantes em nossa própria casa. E dificilmente isso, em suas formas mais amenas, é entendido como violência, como se os pais tivessem por direito essas práticas.

As principais causas da violência são: O desrespeito -- A prepotência -- Crises de raiva causadas por fracassos e frustrações -- Crises mentais (loucura conseqüente de anomalias patológicas que, em geral, são casos raros). Outro problema atrelado à violência familiar é a bebida alcoólica, que está presente em 95% dos casos. Exceto nos casos de loucura e alcoolismo, a violência pode ser interpretada como uma tentativa de corrigir o que o diálogo não foi capaz de resolver.

A violência funciona como um último recurso que tenta restabelecer o que é justo segundo a ótica do agressor. Em geral, a violência tem uma motivação corretiva que tenta consertar o que o diálogo não foi capaz de solucionar. Portanto, sempre que houver violência é porque, alguma coisa, já estava errada. É essa “coisa errada” a real causa que precisa ser corrigida para diminuirmos os tipos de violências.

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